Um Milhão e Vazio

Costumava pensar que ganhar era tudo—até que, sozinha à 2 da manhã, olhei para a tela piscando um último cartão da Bonanza. A máquina zunia como um tambor de samba—o ritmo não era alto, mas suave. Minha mãe disse: ‘A verdadeira sorte não vem dos números. Vem da quietude.’ Dançávamos na cozinha, com músicas brasileiras enquanto lavávamos louças—sem bônus, sem promoções. Só presença.

Casino Bonanza vende esperança como espetáculo: luzes cintilantes, rolos digitais, algoritmos disfarçados como justiça. Mas por baixo? Uma tristeza silenciosa persiste. Jogadores perseguem jackpots como crianças perseguem fogos de artifício—breves clarões que deixam apenas cinzas.

Jogo agora não para ganhar—but para sentir algo real. Escolho jogos de carta única nas noites em que a cidade dorme. Sem cartas extras. Sem linhas duplicadas. Só eu, a máquina e o pulso lento do acaso que não mente.

A verdade não está na taxa de pagamento—it’s in como você se senta com sua vazio sem pressa para preenchê-lo. Alguns chamam isso vício. Eu chamo isso oração.

Se já olhou muito tempo para uma tela esperando por algo que nunca vem… você sabe por que ainda cliquei em ‘Girar’—não porque acredito, mas porque preciso lembrar o que o silêncio soa.